Metonímia

Etimologia:

A palavra metonímia deriva do grego metonymía. O prefixo meta quer dizer “mudança” e o termo onoma significa “nome”. Assim, o significado de metonímia é “mudança de nome”.

Descrição:

Como sua própria etimologia já permite supor, a metonímia é caracterizada pelo uso de uma palavra no lugar de outra. Não deve ser confundida com a metáfora, embora essa outra figura de linguagem se dê através de um mecanismo de substituição semelhante.

Na metonímia, empregamos uma palavra no lugar de outra com a qual ela possui uma relação de proximidade. A troca das palavras é feita respeitando-se uma relação objetiva que há entre elas, uma clara associação de ideias que é facilmente percebida. A relação metonímica pode ser qualitativa ou quantitativa. Alguns estudiosos da língua portuguesa tomam a relação metonímica quantitativa como uma figura de linguagem à parte, que recebe o nome de sinédoque. Veja a seguir exemplos dos tipos mais frequentes de metonímia.

Exemplos de metonímia:

Relação metonímica de tipo qualitativo

Uso da matéria em lugar do objeto:

Tem gente que passa a vida correndo atrás do vil metal.

  • A expressão “vil metal” foi usada como sinônimo de dinheiro.

Uso do autor autor em lugar da obra:

Gosto de ler Jorge Amado desde que era jovem.

  • A pessoa está dizendo que gosta de ler “os livros de Jorge Amado”, mas apenas o nome do autor foi usado na frase.

Uso da marca em lugar do produto:

Lave as panelas com Bombril e bastante detergente.

  • Não se usa a marca Bombril para lavar as panelas, e sim a esponja de aço que a Bombril fabrica. Além disso, muitas vezes usa-se Bombril para se referir a uma esponja de aço de outra marca. O nome de um fabricante passou a ser sinônimo do produto que ele fabrica. Esse tipo de operação metonímica ocorre com várias outras marcas e produtos: chamamos goma de mascar de chiclete por causa da marca Chiclets, chamamos lâmina de barbear de gilete por causa da marca Gillette e chamamos fotocópia de xérox por causa da marca Xerox, entre tantos outros exemplos.

Uso do nome do proprietário em lugar da propriedade:

Vamos dar uma passada na Vilma para fazer uma visita.

  • Quem diz esta frase está querendo dizer que vai passar “na casa da Vilma”, mas cita apenas o nome da dona da residência. Esse tipo de operação metonímica é a mesma que ocorre quando dizemos que “vamos ao médico” em vez de dizer que “vamos ao consultório médico”.

Uso do continente em lugar do conteúdo:

Gosto tanto desse perfume que já usei três vidros.

  • Na verdade, não se usa os vidros do perfume, mas “o conteúdo de três vidros”.

Uso da conseqüência em lugar da causa (esse caso particular também é chamado de metalepse):

Os netos respeitam os cabelos brancos da avó.

  • Os “cabelos brancos” são usados na frase representando idade avançada, velhice. Trata-se do emprego da consequência em lugar da causa, já que o branco dos cabelos se deve à passagem do tempo (idade).

Uso da cor em lugar do objeto:

Os pássaros voavam no azul da tarde.

  • Nessa frase, “azul” equivale a “céu azul”.

Uso do instrumento em lugar do agente:

Ayrton Senna foi um grande volante.

  • Nesse exemplo, “volante” está substituindo “piloto”.

Uso do abstrato em lugar do concreto:

As lideranças se reuniram hoje.

  • A “liderança” é uma noção abstrata. Na verdade, os participantes da reunião foram os “líderes”.
Relação metonímica de tipo quantitativo (sinédoque)

Uso da parte em lugar do todo:

Muitos cérebros trabalharam nesta pesquisa.

  • Os cérebros não têm vida própria. Nessa frase, o que se está dizendo é que muitas pessoas usaram seus cérebros quando trabalharam na pesquisa.

Uso do singular em lugar do plural:

Nosso país precisa dar mais atenção à criança e ao adolescente.

  • Nessa frase não se está falando de apenas uma criança e um adolescente, mas de todas as crianças e adolescentes do nosso país.

Uso do gênero em lugar da espécie (ou vice-versa):

O homem precisa cuidar melhor do planeta em que vive.

  • Nessa frase, “o homem” significa “a humanidade”.